sábado, 1 de dezembro de 2007

Meu Dia Perfeito

Meu dia perfeito teria no mínimo 48 horas. Afinal, para fazermos tudo o que nos recomendam os nutricionistas, cardiologistas, personal trainers, psicólogos, endocrinologistas e outros profissionais da saúde e do bem-estar, é preciso tempo!

As oito horas básicas para dormir, com uma folga de duas horas para aqueles dias de maior preguiça ou para quando os compromissos não forem tão urgentes.

Ao menos duas horas para escovar os dentes, tomar um banho revigorante para começar o dia, tomar um café da manha decente com a calma que todo médico recomenda, escolhar a roupa e sair.

Em uma hora chegaria ao trabalho e teria as oito horas habituais de labuta, com duas horas de almoço entre as quatro primeiras e as últimas, no qual seria possível comer sem pressa alimentos saudáveis, e não fast-foods e lanchinhos entre um papel e outro.

Saindo do trabalho, uma hora para voltar para casa e duas horas para praticar exercícios físicos: um dia, caminhar; no outro, pedalar. Quem sabe uma musculação, dança, yoga, natação, spinning, alongamento, pilates, shiatsu. Usufruir mais das possibilidades que as academias oferecem, fortalecer o corpo, organizar a saúde.

Como dizem que devemos sempre nos reciclar, dedicaria três horas diárias para o estudo. Fazer um curso de filosofia, uma aula de língua estrangeira, aprender a História da China ou entrar para um curso de pós-graduação. Acrescentaria mais duas horas para sozinha tentar entender tudo isso, estudando, fazendo projetos, escrevendo resenhas.

Finalmente, o lazer. Dedicaria então quatro horas para estar com os amigos, dividindo o tempo durante a semana entre os amigos verdadeiros, sem se importar onde. Uma hora para o banho, tirar a barba, escolher um perfume e mais duas horas para jantar com o amor. Espaço para perguntar "Como foi seu dia?" e responder "Meu dia está só começando".

Sobrariam então dez horas para as declarações, os beijos, os abraços, para andar de mãos dadas no parque, para ir ao cinema, para dançar coladinho, para falar besteira, para não falar nada, para amar e ser amado.

Pensando bem, talvez 48 horas ainda seja pouco. Muito pouco.

Postado por Isabele Lindotte (http://infinitamente.blogspot.com/)

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