sábado, 28 de janeiro de 2012

Conto - parte 6

Boa noite! Blá blá blá, demorei pra escrever, blá blá blá, estive ocupado...

Quer detalhes? Leia abaixo. Não quer saber mais? Pule direto para a história!

Detalhes, sempre pequenos e importantes... Então, depois de ir para casa no Natal e Ano-novo, voltar para Alegrete para terminar o semestre, prova de Economia, trabalhos de Banco de Dados e um fim de semestre antecipado. Recebi uma ligação da agência do Banco do Brasil de Tenente Portela sobre estar sendo chamado no dia 05 de janeiro e recebi a carta de convocação no dia 06. A partir daí, tinha 05 dias úteis para me apresentar. Fui para casa na terça, dia 10. Arrumei os documentos solicitados e fui pra Tenente Portela na quinta, dia 12. Documentos entregues, recebi as solicitações para realizar exames médicos: sangue, oftalmológico e psiquiátrico. Voltei embora para Santo Cristo.

Fui pra Santa Maria na sexta, ao meio-dia. Formatura das Engenharias da UFSM, formatura do Darlan Köhler, agora engenheiro civil! :D
Festa na sexta, baile no sábado e voltei embora para Santo Cristo no domingo.

Como eu precisava entregar os exames médicos em 10 dias, foi aquela correria pra marcar consultas com médicos conveniados ao Banco do Brasil. O exame de sangue foi tranquilo. O exame oftalmológico foi mais complicado, o médico desmarcou, tive que ligar pra agência em Tenente Portela pra avisar, para que marcassem em outro lugar. E o exame psiquiátrico foi mais complicado ainda. Na inexistência de médicos conveniados na região, tive que ir para Porto Alegre realizar o exame, e em seguida mostrar os resultados dos três exames a um médico do Banco do Brasil, para que este emitisse um atestado dizendo que eu estava apto a trabalhar.

(Já fizeram a piada de que consegui enganar o psiquiatra direitinho, fingindo ser normal. Eu não tive como negar.)

Voltei de Porto Alegre direto para Tenente Portela dia 19, me reapresentei na agência com o atestado e me colocaram na turma de treinamento do dia 06 de fevereiro. Até lá, estou de férias. No dia 06, começa o treinamento, duas semanas em Porto Alegre. Volto para casa dia 17, aproveito o carnaval e começo a trabalhar na quarta-feira dia 22 em Tenente Portela.

Nesse meio tempo, vim para Alegrete para buscar o resto das minhas coisas. Ainda restam uma cama e um roupeiro, se alguém souber de interessados em comprar móveis em excelente estado e a um preço bacana, avisem :D
E na viagem para cá, observando as estrelas, surgiu inspiração para escrever mais um trecho do Conto, aquela história que eu disse que queria que fosse grande, que tivesse umas dez partes. (Aconselho a reler a história desde o início caso você não lembre dos detalhes, os pequenos e importantes...)
Retorno para Santo Cristo na segunda. E é ótimo saber que esse ano a família está indo viajar pra praia e eu vou ficar em casa... NOT.

Antes da história, dica de livro e de música!

Livro: terminei de ler O Temor do Sábio de Patrick Rothfuss, continuação do O Nome do Vento. Recomendo a leitura. Repito: a história é MUITO BOA, do tipo que eu não encontrei palavras melhores pra descrever. Anotem o nome do autor, vocês ainda vão ouvir falar dele. E lembrem do nome dos livros, não vai demorar pra Hollywood querer fazer um filme deles.

Estou lendo Deuses Americanos do Neil Gaiman.

Música: os baianos da Vivendo do Ócio lançaram seu segundo álbum, "O Pensamento É Um Imã", disponível para ouvir no YouTube. Para quem ainda não conhece, pode conferir o que foi dito sobre o novo disco no site de música "Eu Escuto".


Conto, parte 6:

"Isto está acabando comigo", pensou Mellis, pela milésima vez. "Não aguento mais ficar o dia todo trancado aqui sem fazer nada." Ficar parado em seu quarto não era bom. As poucas lembranças que tinha do tempo em que não estava na mansão não ajudavam nem um pouco a reconfortá-lo.
Sua memória era como um livro com algumas páginas rasgadas e muitas rabiscadas, ilegíveis. Não lembrava de muitos fatos, apenas fragmentos como estar correndo com outros garotos, brincando juntos. Mellis, Joe, Abraham e Forty, e muitas lembranças envolviam eles quatro. Eles andando de bicicleta pela periferia da cidade em uma cena, folheando uma edição da Penthouse que Abraham pegara escondido de seu pai em outra. Tudo era diversão, tudo era permitido e tudo estava bem quando estavam juntos.
Sentiu a cabeça doer ao tentar lembrar o que acontecera e parou de tentar lembrar. Estava pronto para fazer outra tentativa de entender seus poderes quando bateram à porta. O doutor entrou, e logo atrás dele um enfermeiro, carregando a caixa dos eletrodos, que certamente seriam ligados à sua têmpora para mais um teste.
- Olá, Mellis! Como vai?
- Estou bem.
- Ótimo. Tenho mais um teste para você. Farei algumas perguntas e vamos ver as suas reações - e inclinou a cabeça, sinalizando ao enfermeiro para que ligasse os eletrodos. - Tudo certo?
- Tudo. - "Como se fosse certo eu viver trancado num quarto o tempo todo, num lugar estranho, onde eu não conheço nada nem ninguéma e fazem testes comigo como se eu fosse uma cobaia, mas tudo bem..."
- Ok, vamos lá! - e ligou o gravador. - Para registro: Paciente Mellis Hampton, 14 anos. Dia 99, Teste 14, testes de reflexo memorial, reações frente a eventos passados. Documento com as respostas será anexado posteriormente. Início: 14:52hs. Primeira questão: Qual é a lembrança mais remota que você tem da sua infância?
"Teste 14? Não lembro de ter feito o teste número 13... E como se eu já não tivesse tentado lembrar de coisas assim antes", pensou Mellis. E resolveu ser sincero.
- Eu lembro de uma mulher de cabelos compridos estendendo os braços pra mim e sorrindo. Mas eu não enxergo isso com os meus olhos, enxergo como se eu estivesse olhando isso do lado, e assisto a mim abraçando essa mulher. Acho que é minha mãe. Eu estava chorando. Tinha caído de bicicleta e ela cuidou de mim.
- Ótimo, segunda questão: Qual é a lembrança mais triste que você tem?
- Não sei - respondeu após pensar um pouco. - Não consigo lembrar de nada triste, até ser trazido pra cá - comentou amargamente.
- Nada mesmo? Tente se esforçar um pouco mais.
Ele sabia que devia ter passado por algum acontecimento que o deixasse triste, mas mesmo fazendo um esforço para recordar, não conseguia lembrar de nenhum fato concreto que pudesse contar ao doutor, apenas alguns flashes, gritos, alguma queda, mas não sabia de quem eram os gritos ou quem é que havia caído.
- Não, não consigo lembrar de nada.
- Tudo bem, terceira questão: Você encontrou outro garoto no pátio esses dias e ele pediu ajuda. Pretende fazer alguma coisa a respeito?
Aquela pergunta pegou Mellis completamente desprevenido. Surpreso, respondeu:
- Sim, Thomas pediu a minha ajuda, pediu socorro e disse que queria sair daqui, mas não há nada que eu possa fazer...
Esperava tranquilizar o doutor daquela maneira, mas se surtiu algum efeito, ele não deixou transparecer nada em sua expressão.
- Ok, terminamos por hoje - disse o doutor, e saíram, deixando Mellis a sós novamente, entregue a seus pensamentos.
"Eu deveria ter esperado algo assim. E não menti para eles, não tenho nada a fazer para ajudar, pelo menos até entender como é que molhei minhas mãos aquele dia."


Quem sabe na próxima parte Mellis entenderá como funcionam seus poderes, e poderá enfim bolar algum plano para fugir da mansão... É esperar pra ver!

"Se uma pessoa não sacrificar nada, não poderá obter nada. Mas, aguentando essa dor, quando superada, você não poderá perder para mais nada. Você obterá um coração forte." por Edward Elric, em FullMetal Alchemist Brotherhood.

Uma boa noite a todos e um ótimo final de semana!