quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Falando de Livros

Começando, vou falar sobre livros. Mais especificamente sobre a literatura brasileira.
Na verdade, vou me basear quase completamente sobre o post do Sedentário & Hiperativo sobre Literatura Popular Brasileira - ou como uma nova geração de escritores e leitores está revolucionando o mercado editorial.

Pra quem não leu, eu vou tentar 'resumir': o Raphael Draccon fala sobre como uma nova geração de escritores, leitores e blogueiros está mudando o mercado editorial para acabar com o pensamento errôneo que trata o livro como se fosse algo chato, lido por nerds e afins, e transformá-lo em algo prazeroso e popular.

Eu gostei do que ele escreveu e vou citar algumas partes:

"A coisa toda começou na escola.
É curioso que o local onde deveríamos aprender a gostar de ler seja o maior inimigo na formação de um leitor.
E os esforços para isso são altos: como se compartilhasse desse pensamento arcaico citado anteriormente, na escola os livros dados aos adolescentes não são livros de teor popular, que despertem naquele jovem o prazer e a paixão por mais daquilo.
O resultado são adolescentes lendo livros rebuscados, de linguagem arcaicas, que reproduzem dramas universais, mas em contextos tão fora da realidade deles, que a antipatia surge antes mesmo da chance.

...

O que assassina de vez qualquer [esperança da criação de novos leitores] é ... a cobrança de nota escolar. Uma das piores ideias que algum cidadão já teve foi a da chamada "prova de interpretação de texto". A parte da prova em que é preciso descobrir qual a interpretação daquele texto em questão que a pessoa que corrigirá a sua prova possui dele.
Agora, vamos imaginar um cenário diferente:
- Imagine um sistema escolar onde não exista prova nem notas para interpretações de textos ou história da literatura.
- Imagine uma aula em que a professora toda semana escolha um livro que os alunos quisessem de fato ler. Ou se não quisessem, que tivessem temas que ela soubesse que eles iriam gostar e ela própria contasse um pouco daquela história para lhes despertar curiosidade.
- E que na semana seguinte eles se sentassem em roda e começassem a debater, utilizando a professora como mediadora. Eles conversassem sobre os personagens, sobre determinadas atitudes, sobre o estilo da escrita, sobre o final. Mas sem obrigação de "certo" ou "errado". E sem a obrigação até mesmo de ter de dizer algo, se não fosse de sua vontade. Simplesmente com cada um tendo o seu direito a ponto de vista como nos comentários de um blog sem censura.
- E que acontecessem apresentações; montagens de trechos de cenas baseadas naqueles livros criadas e contadas por eles próprios.
- E que ao começar a rabiscar as próprias poesias e contos, eles se sentissem a vontade de ler para a própria turma e ver seu texto debatido depois.

Sabe o que eu veria de um futuro assim? Eu veria milhares de leitores sendo formados instantaneamente. Por prazer.
Eu vejo até mesmo alunos que diriam que nunca pegariam um livro, de repente querendo folheá-los em vez de buscar um search do resumo no Google, simplesmente para poderem participar do debate e não se sentirem deslocados.
Eu vejo aulas de literatura se tornando tão divertidas quanto as de educação sexual.
Eu vejo uma revolução cultural."


Ainda sobre o texto, essa revolução que ele cita se apóia em 3 pilares básicos:
1° - Os leitores - de uma nova geração, exigentes, que querem histórias bem escritas.
2° - Os blogs literários - onde essa nova geração cria suas próprias histórias, que acabam sendo compartilhadas e lidas por pessoas de quaisquer lugares (pilar esse no qual eu tenho o atrevimento de me inserir, com esse blog e as histórias que escrevo =] ).
3° - Os escritores. E para fazer essa geração atual ler foram preciso dois tipos de escritores: os que se adaptaram e os que vieram dela - da nova geração.

Era aqui que eu queria chegar. O fato de sempre preferirmos o que é estrangeiro, o que é de fora. Continuando:

"Aqui no Brasil, além daquela ideia de que jovem não lia, havia a de que ele rejeita a literatura nacional. Tomando como exemplo o caso do cinema. A rejeição não é à nacionalidade.
É ao padrão de qualidade a que ela se acostumou. E quando você dá a ela algo nacional com a mesma qualidade, ela se orgulha.
Ou alguém não adorou o estrago de um "Cidade de Deus" e um "Tropa de elite" por aí?
A literatura é o mesmo caso. Surgiram alguns escritores que já sabiam para quem escreviam e desprezavam a busca por reconhecimento intelectual da antiga elite, mas sim o reconhecimento do grande público para quem realmente lhes interessava ser lido.
E ao meterem o pé na porta, eles abrem caminho para diversos talentos que surgem todos os dias."

Termino esse post sobre livros citando dois autores. E da mesma maneira que ele disse, eu digo também: Esses caras sabem como escrever uma boa história.

Eduardo Spohr
Site: http://filosofianerd.blogspot.com/

Livro recomendado:
A Batalha do Apocalipse: Da Queda Dos Anjos ao Crepúsculo do Mundo
Um trecho do livro pode ser lido aqui, na página de pré-venda da Edição Especial.
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Raphael Draccon
Site: http://www.raphaeldraccon.com/

Um conto do autor: Dias Estranhos
Livros recomendados:
Dragões de Éter: Caçadores de Bruxas, volume 1
Dragões de Éter: Corações de Neve, volume 2
Dragões de Éter: Círculos de Chuva, volume 3
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E era isso. Não preciso nem dizer que qualquer um desses livros é um ÓTIMO presente de Natal. Ou ainda, não só de Natal, livros sempre são ótimos presentes em qualquer situação. Alô, Mãe! Já sabe agora... ;)

Você já leu algum desses livros? Já ouviu falar de algum desses autores, ou sabe de outro recomendado? Deixe seu comentário!
Em breve posto sobre músicas (adiantando um detalhe: a banda principal se chama Aerocirco).
Boa noite e até amanhã!

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